"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"Quem parte também fica partido"

(página do Facebook "Eu me chamo Antonio)


Me perdoe, meu Deus, mas eu matei. 

Com muito dó, sem muita piedade. Foi legitima defesa, eu sei. Mas esse nó no meu peito desfez, entende? Tive medo do arrependimento, mas essa danada não me dava outra opção. Eu juro que eu tentei conviver, ser amiga dela, aceitar todo o fado que eu carregava sozinha por conta dela, mas não deu mais. Como prova de amor a mim, eu tive que cometer um crime. Matei-a. Foi crime passional, pra a paixão ir embora. Matei a esperança do amor por amor. Cravei uma faca no meu peito para não haver mais sofrimento, veja só que contradição. E você pensa que doeu? Pior que não. 
Doeu foi antes, sem a faca, matei pra continuar viva. Porque eu estava era morrendo por dentro, viu? Eu estava acompanhada da solidão, sentir solidão por dois não é bom, não.Matei e queria dizer que vou continuar matando, caso pinte mais tristeza por ai. O que faz bem é envolto por doçura. Então, me perdoe por antecedencia, porque eu, já me perdoei faz tempo...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"Preguei os olhos, segurei as mãos com tanta força que até hoje estou durando, até hoje estou ficando. Até hoje estou cuidando de você." 
(Priscila Rôde)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Da chegada do Amor, Elisa Lucinda.

"Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor(...)

 
Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
 
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.
Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.
Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que sua estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis um amor que amasse."

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tempo pra quê?

"Ah, será que o tempo tem tempo pra amar?
 Ou só me quer tão só?
 E então se tudo passa em branco eu vou pesar"
(O Tempo, Móveis Coloniais de Acaju)


"- Desculpa, eu estava sem tempo. Foi uma correria, acabei esquecendo."

Esquecimento é desculpa de quem não se importa. A falta de tempo é a aliada da mentira. Quando a gente se importa, o esquecimento vira fantasma. Se o tempo está corrido, a gente dá um freio nele e manda um sinal, um aviso de fumaça, um bilhete colado da geladeira.
Quem não se importa, não se importa em inventar uma desculpa. Qualquer desculpa assim, só para fingir que se importou, pra não ferir o ego de boa pessoa.
Quem não se importa diz "me liga mesmo", e não "eu te ligo". A pessoa que não se importa não quer firmar compromisso, não quer ter a obrigação de ligar no outro dia, de ligar no mesmo dia, de ligar.

Falta de tempo é ter coisa melhor pra fazer.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

"Se não há coragem, não se entre."
(Clarice Lispector, A descoberta do mundo)

sábado, 5 de janeiro de 2013

"Que o acaso é amigo do meu coração..."


"Se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, 
aceito a condição. "
(O Velho e o Moço, Los Hermanos)

Digam a todos que se eu for e não mais voltar, é por excesso de coragem, excesso de bagagem no coração e nos ombros. E pra deixar tudo pelo caminho e seguir viagem, só mesmo uma loucura, um recomeço. Meço com fita métrica o caminho pra onde ir, e não sei aonde chegar.
Só sei que devo chegar, que quero chegar. Conseguirei desatar os nós antes do último por-do-sol. Serei livre, serei leve... Será?