"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

terça-feira, 20 de maio de 2014

É pra fechar os olhos, não o coração

"Você tem medo de você, 
Você tem medo é de querer... 
Me amar."
(Adriana Calcanhotto, Medo de Amar)


Do que é que você tem medo, se eu não tenho olhos grandes... Se a minha boca é pequena e nem tudo que os outros falam, eu consigo ouvir. Pra onde é que foi todo esse receio de se apaixonar de novo, de se envolver de novo, o novo ainda te apavora. Solta os seus braços para a próxima queda. Para de pensar no chão e pensa mais no voo. Pensa no vento batendo no seu rosto, em alguém arrumando os seus cabelos depois que o vento bagunçar. Em alguém arrumando você por dentro, porque ninguém aguenta mais tudo bagunçado desse jeito. Pra poder ai sim, te bagunçar por fora. E dar risada na cara de quem não consegue entender como pelo-amor-de-Deus alguém consegue ser feliz assim. 
Para de querer olhar pra o horizonte, e começa olhando pra o lado. O que ficou depois que o medo foi embora?

quinta-feira, 15 de maio de 2014

"Para recomeçar, o amor acaba."

"- que tudo se foda,
disse ela,
e se fodeu toda."
(Paulo L.)

O que o amor quer de mim? Ah, essa eu ainda não sei responder. Talvez as coisas estejam tão claras para mim, que ando um pouco cega. Só o que eu sei é que as coisas não estão ficando mais fáceis porque estão mais fáceis, mas porque eu estou me acostumando com as dificuldades. É ruim se acostumar com o que você não consegue mudar? Eu devo parar e olhar a paisagem ou correr pra linha de chegada o mais rápido possível, qual a melhor recompensa? Fica alguma coisa no final ou as coisas só vão acontecendo, passando...? 
Na minha vida, aprendi que tudo é um nada até que seja alguma coisa. É assim do outro lado também? Eu não sei enxergar com os olhos de quem quer tudo ao mesmo tempo, de quem quer um pouco de amor só agora e poder voltar pra casa depois. Eu quero levar o amor pra casa depois. Não quero sair por ai, me perdendo pelo caminho e voltar depois como se tudo estivesse no mesmo lugar. As coisas não estão no lugar, será que você ainda não entendeu? O lugar que eu quero estar não me cabe. As tuas falas artificiosas são como musica, e eu nunca quero parar de dançar. O amor deve estar logo ali. Desliga o som, abre os olhos, vem me tirar pra dançar. Mas só se for com você.

domingo, 4 de maio de 2014

In my life

" - Se a eternidade é um tempo...E existe...Eu te amarei durante esse tempo...Independente do que aconteça com ele(o tempo)...E até conosco...Nossas vidas."
(Autor agora desconhecido)

Quanto tempo dura o tempo da eternidade?
De tudo que já foi dito, o tempo continua inimigo da afeição.  As coisas duram o tempo que tem de durar. Ou não. Ou mais. Ou era eu que já tinha dito coisa demais, e ai já não dava mais pra voltar atrás. Pra tirar as pedradas que foram atiradas com as palavras que eu fiz questão de cuspir. Não dá pra voltar atrás. A garganta ainda dói. 
Eu só queria que você soubesse que eu continuo com a minha amizade do lado de cá. Entendi que não se brinca com o que não se tem, já deixei de acreditar em contos de fadas... Mas continuo com o mesmo coração, se serve de consolo. Se a eternidade for um estado de espirito, aqui dentro, ela continua intacta. 
Apesar de tudo ter mudado, outras vidas continuam a fluir mesmo tendo todas as estrelas desaparecido. Espero que a gente se encontre no caminho e que eu te pergunte como anda a sua vida, por que a gente sumiu um do outro. Por que a gente deixou de ser a gente, mesmo antes de virarmos nós. 
Às vezes, os nossos anjos ficam perdidos pelo caminho. Desculpa por não ter olhado pra trás. 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

No ar


"Não se afobe, não
Que nada é pra já..."
(Chico B.)


Eu juro que eu não sei aonde você quer chegar com esse tipo de jogo. E eu acho até que eu não sei jogar, ou já teria entendido alguma regra. Está tudo muito impreciso, e quanto mais você fala, menos eu sei sobre você e mais eu quero saber. Para todos os meus sonhos que foram perdidos, você continua dizendo que está dormindo muito bem. Só o que eu não entendo muito bem é essa mania de bancar o difícil, que não olha pra o lado, que não consegue enxergar mais do que vê. Olha só, veja bem, eu estou te vendo. Do outro lado, quase cruzando a linha. Nada por aqui está solto. Pode dizer, se quiser, eu não me importo. Mas também se não existir nada mais que o silêncio, eu aprendi que quem cala não consente, só sente demais.