"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A hora certa de voar

Ela não sabia voar. E isso a deixava tão triste. Porque ela até que tinha um par de asas, que nunca fora usado, até porque - quem queria ver uma menina com um par de asas que não lhe serve?
Com o passar do tempo, a menina começou a pensar que - se ela insistisse - poderia alçar voo. Ah, ia ser tão bonito aquele dia. Tão bonito e florido. Ia ser o dia mais florido que ela já tivera. Então, ela quis começar logo... Primeiro, começou a pular de degraus, pedras.. e ia aumentando gradativamente. Algumas pedras eram até difíceis de serem escaladas, e quem disse que isso a impedia? O erro mesmo foi pensar que, nessa rapidez do aprendizado, ela iria conseguir se manter lá no alto. Ah, menininha... Se você soubesse como dá trabalho se manter no alto.
Mas ela achava que não tinha nascido pra ser terrestre. Não, ela queria mesmo era ser borboleta logo. E foi se esquecendo também que até a borboleta precisa de fases, etapas a serem cumpridas com rigor. Porém, a menina era teimosa e achava que o tempo do casulo já tinha passado. Queria ser rápida, o tempo estava passando. O tempo sempre passou, só que agora parecia passar rápido demais (ou nem tanto).

sábado, 24 de abril de 2010

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"Meu Deus! Como é engraçado! Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas? Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor e a amizade são isso... Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço."
(Mário Quintana)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Longe não é condição da alma, longe é somente estado físico.

terça-feira, 20 de abril de 2010

"Sinto uma falta absurda de você. Ficou um vazio que ninguém (pre)enche. e penso e repenso e trepenso em você aí. (...) Tá tudo bem assim. Só que me rouba o sentido - entende? - ou a ilusão de sentido que quero ter de vida, e que é essencial para a minha sobrevivência. (...) Me sinto o camelo do poema de Cecília Meireles, mastigando sua imensa solidão". (27-01-1987, carta de Caio F. para Sérgio Keuchgerian - de Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 147)

sábado, 17 de abril de 2010

"[...] é preciso que a gente tente de todas as maneiras, é o que estou fazendo."
(Caio F.)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Fazes-me falta"

Você estava presente em mim, mesmo quando eu não sabia, mesmo quando eu te perdi.. e como consequência, me perdi também. Eu procurava pedaços de você em outras pessoas - mas veja bem - eu nunca achava. Porque você era parte de mim. Parte concreta, não... Eu idealizava demais tudo isso, e no fim, só ficava mesmo na ideia. Eu, que sou cheia de imperfeições, queria você perfeito pra mim. Não via isso direito, só queria você um pouco mais perto. Mesmo presente em mim, você me faz falta. E não exigi quase nada. Porque - no amor - a gente não pede, a gente doa. Embora doa um pouco também...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

As coisas mais bonitas acontecem mesmo é no coração. É ele que a gente doa sempre, mesmo sabendo da necessidade de tê-lo por perto. Emprestamos sem prazo pré-determinado, para que ele pulse em outra alma também. E quando o coração começa a esfriar, ficar cansado e maltratado.. a gente o acolhe de volta. Coloca no colo e diz que vai passar, porque - de uma forma ou de outra - sempre passa... Nada é tão definitivo que não possa mudar de rumo!