"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

quinta-feira, 12 de junho de 2014

"Um tal de só dizer 'quem dera'..."

"Fique forte, firme o pé
Tudo dá n'algum lugar,
Mesmo se o olho não vê..."
(Impasse, 5 a Seco)


A gente sempre sabe quando não é pra ser. E insiste pra ser. E acha que da última vez não foi suficiente, mas que agora vai dar certo. Ah, vai. Agora, as coisas estão melhores, vocês dois estão melhores. "Ele cresceu", ela se diminui. "Eu sei que ela melhorou", ele faz tudo piorar. 
Grande ilusão achar que as desilusões amorosas podem algum dia dar certo. Como o próprio nome já diz, são desilusões. Não aconteceram, não vão acontecer. Ou se aconteceram, já era tarde demais. A porta já tinha sido fechada, a luz de casa já estava apaga, o celular já estava fora de área. Bater em uma porta que já foi fechada dói a mão, só os vizinhos irão acordar. Não adianta ligar, ninguém mais está do outro lado da linha. O outro lado não existe mais.
Não aconteceu porque não, e pronto. Não tem essa de que não era a hora, não era pra ser. Talvez, fosse para ser, talvez fosse a melhor oportunidade que poderia aparecer naquela hora. Mas tudo isso é só talvez. 
Talvez você encontre um amor bom o suficiente, talvez ele nem exista. O encanto da vida não é regido pelo que deixou de acontecer, mas pelo que aconteceu quando as coisas deixaram de ser o que poderiam ter sido. Complicado demais? 
As coisas do coração acontecem ou deixam de acontecer. Simples assim, doído desse jeito doido.
Os novos ventos estão por aqui desde sempre, podem levar tudo, podem trazer o nada. No final, tudo é sobre enxergar, mesmo quando os olhos estão fechados. 
Não é preciso tirar os pés do chão para voar, mas a gente precisa desamarrar os nós do coração. 
Já foi, já passou. E se não passou - calma, meu amor - talvez passe. Comece cortando os porquês, não os pulsos.