"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

domingo, 25 de setembro de 2011

Emergência: Não vide bula.

Você me vê na prateleira, não é nem caso de amor a primeira vista, mas o moço do balcão diz que "é de qualidade", ai então... Tudo certo!
Leva pra casa, pega aquele seu isqueiro comprado no ultimo 'Rock in Rio', em que você ficou tão embriagado que ainda não entende como achou o caminho de volta; me acende.
Vem chegando com essa sua boca, que perto da minha toma todos os espaços, e insinua me tragar. Mas para o meu espanto, não espera, e antes de eu me tornar bituca, miúda; deixa-me de lado, sem ao menos apagar. Pensa que eu não sou assim, do tipo que faz mal a saúde.
Começo a invadir a sua sala de estar, você não entende de onde vem tanta fumaça. Mas eu tinha dito que perigo, quem corria, era você com essa sua ingenuidade disfarçada de mais idade.
Não se deixa fogo aceso no canto, meu bem. Nunca se sabe de onde pode começar um incêndio.

sábado, 17 de setembro de 2011

Des-tinos

"Pelos descaminhos, meu rumo se perdia,
eu tornava a buscar,
recomeçava e novamente errava, e novamente insistia."
(Caio F.)
De tempos em tempos, tentam fazer com que eu perca toda a esperança depositada no amor e em seus derivados. Mas continuo aqui, no centro da tempestade.
E se eu for levada por mais um descaminho, que não me falte coragem para voltar mais uma vez, caso a previsão do tempo tenha falhado.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Caia na estrada e perigas ver..."

"As dúvidas e falas tranquilas na palma da minha mão(...)
As dúvidas embalam tranquilas na palma da minha mão"
(Eu de adjetivos, Novos Baianos.)
E a gente vai fugindo. Tendo medo antes mesmo do perigo começar. Ah, mas que ninguém venha dizer que é pura falta de coragem. É também receio de não saber até onde ir, ou de que, mesmo sabendo, não conseguir parar, não querer parar. Meu desespero é calado, contido. Abaixo o olhar para que você não me desvende. Até que você estende a sua mão e pensa tocar a minha alma; diz que na sua boca só passa o que você pode provar. Mas não se importe em querer saber a verdade, meu bem. A verdade foi só uma coisa que inventaram de procurar para a gente ter que se perder a todo o momento.

sábado, 3 de setembro de 2011

Eu me lembro, em setembro...

Com novas pétalas, esperei setembro para desabrochar e sentir o novo perfume que carrego. - Benzinho, rega-me com cuidado pra que eu não fique seca novamente. Não me deixes queimar com o sol que faz lá fora, mas também me daí luz. Setembro esta irradiando luz, essa exposição não faz mal, não mata. E se for pra morrer de amores mais uma vez, saberei trans-nascer. Eu, que ainda não aprendi a alçar voo, continuo com pequenos adejos. Queira ver a primavera comigo. Porque o inverno, meu amor, partiu com o trem da última estação. Por ora, somente aquilo que não for pesado demais para carregar.