"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O amor é tautológico

"Todas janelas abertas, 

onde eu guardei a fé... em nós"
(A fé solúvel, OTM)


O amor acontece. Disseram então que era só isso que se precisava, acontecer. Então, o amor seria sobre machucar as feridas já curadas, para cura-las novamente ou o amor não tem nada a ver com isso. Não é uma especie de masoquismo. Ainda não entendi se eu tenho que sofrer pra amar ou se só estou pegando um combo, quem foi que disse que amar é também sofrer. Se tô mitificando e mistificando o que é o amor, com esse papo que nunca me serviu de nada. O que enlouquece é não saber explicar. Ou melhor, ter mil explicações e nenhuma parecer tão convincente quanto a ideia de que o amor simplesmente acontece.
É esquecer as feridas e ir em direção ao desconhecido ou é sobre, sabendo das feridas, mesmo assim, continuar. Não sei se amor é penitencia ou salvação. 
Senhor, livrai-me dos que sabem explicar a insanidade sobre o amor. O que ainda me deixa sã é não saber. Amem. Amém

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Prende a respiração e abre bem os olhos

"Se não dá pra eu mergulhar, não fico boiando na superfície."
(Autor Desconhecido)

Eu nunca fui muito boa com as palavras. Ou melhor, eu nunca fui boa com as palavras certas. As erradas eu atiro a todo momento, esperando que alguém do outro lado agarre o que eu quero dizer até quando eu não falo nada. 
Mas você é também daquelas pessoas de superfície. E eu sempre quis o mergulho profundo. Existem águas tão claras, mas eu sempre gostei mesmo do poço. E se eu posso ir pra o fundo, eu devo ter folego suficiente pra aguentar voltar à superfície. 
 Não tenho, nunca tive. Fiquei esperando você seguir o meu caminho e me dá um pouco de ar, de tanto que você já tinha tirado o meu folego nessa vida. Mas nem assim. Para você, eu nunca estou me afogando porque eu nunca grito socorro. Mal sabe que o meu silencio é o maior grito que eu posso dar. 
Eu sei que eu não tenho muita coisa a oferecer além da minha falta de folego e mania de águas profundas. Mas já me disseram também que se a gente mergulha junto, acha mais coisa no fundo do que nas superfícies. Já não uso mais boias. Continuo querendo me afogar. E cada vez mais espero outra pessoa para me tirar o folego.