"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Depois de tudo...

Eu continuo às cegas, as escondidas. Só observando, querendo saber o que virá depois e o depois nunca chega. Parece que só eu parei no tempo, parei no momento de me despedir, de dizer adeus. Mas entendo que a minha covardia era o medo de ser mal interpretada, e a sua covardia era o medo de se prender. A liberdade também é assustadora. Estou te deixando livre, estou te deixando agora... Mas covarde que sou, não posso te dizer isso, mesmo que doa mais em mim do que em você. A faca que tirei foi do meu peito, e você ainda teve o despeito de dizer que tudo não deveria começar. Arrepender-se depois de ter me apunhalado não vai cicatrizar a minha dor. Mas eu te deixo, te deixo livre de mim e de meus anseios. E começo a entender que não posso me apoiar em você, que não tenho que deixar de ser o que eu sou pra poder caber no seu universo. Enquanto eu tava de ressaca, na sobriedade. você ainda tava bebendo, e não sentia nada. E não deu tempo de perceber que eu estava indo embora. Eu dizia de todas as maneiras que estava indo embora, mas o que eu queria mesmo era que você me pedisse pra ficar. Não importava o que tinha passado, eu não tava sentindo..Mas eu não podia ficar parada, atonita a tudo. Eu continuava viva, e não sentia meu coração mutilado.

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