"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Entre o labirinto

Qual o momento certo de parar? Não me escutas, eu sei. Mas basta querer-te demais e teus ouvidos se desabrocham sobre mim. E o teu perfume continua a me encantar. O que fizemos de nossas vidas, meu bem? Você, cravo entre mil rosas; enquanto eu, esquecida no jardim. Há muito tempo deixamos de cuidar do que se transformou em ausência. E eu, que fui regar a minha flor, acabei afogando tudo o que restava. Então, agora não resta quase nada, não é? As águas arrastaram tudo e as nossas promessas foram diluídas pelo tempo. O tempo parece estar sempre contra a gente, meu querido. E essas águas nunca mais serão as mesmas. O seu perfume continua a encantar outras moças, enquanto eu tento achar uma saída nesse labirinto que fiz questão de me enraizar. Sair daqui, antes de tudo, será tirar-me a vida e tudo o que um dia era meu e se foi. A dor da perda, benzinho, só é anestesiada com outros ganhos. Porque cura, cicatriz fechada... Isso é impossível. No amor, tudo é exposição. E eu me doo por inteira.

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