"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

domingo, 10 de julho de 2011

E-ter-na-mente, eternamente.

Secreta, escondida e silenciosa; não quero criar mais uma ventania e afastar de vez esse momento de quase paz que estou vivendo. Pior do que a quase-paz é não haver paz. Então, continuo com meus espectros a te perseguir. sem que você me note, sem que você me veja. Mas veja bem: eu mais que vejo você, eu sinto você. Mesmo quando sentir não basta. Nem todos sabem como é não ter esperanças e ainda assim continua a insistir sem fé alguma. Sem saber o que dói mais, se é a falta ou a presença.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O caminho

Talvez, quisera ficar. Porque ficar era concreto, tangível. E da mesma forma na qual uma parte ficou, a outra foi... Mas tão longa era a caminhada, que os pés se encheram de bolhas. Doía. De certa forma, suportar a dor era uma obrigação. Então, as bolhas cederam lugar para calos, que cresciam e cresciam. E parecia nunca chegar. Em certo momento, era necessário desacelerar. Será que era inalcançável essa vontade de conhecer o desconhecido ? Foi então que eu lembrei: Saber tudo aquilo (sem dor), era pra quem não tinha nada à esconder... E eu tinha!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

"Sobram tantos medos que nem me protejo mais"
(O Teatro Mágico.)

domingo, 3 de julho de 2011

Nas madrugadas de inverno

Sinto o cheiro da chuva e me sinto doída, porque ela me inunda. Tomo meu banho e tento tirar esse ar de nojo que está impregnado em mim e que não sai, água que não sai com nenhuma água. Acordo. Não durmo. Ando perdendo noites e ganhando palavras ao decorrer delas. Não quero dormir, porque adormecer me faz perder a lucidez. Mesmo que no sonho é onde eu me encontre mais lúcida. É no sonho que eu me reconheço inteira. E só nele eu posso me perder. Nesse quarto, com a chuva lá fora, eu nunca me acho. Paro de frente a janela e fico olhando como a chuva cai. Tento me molhar, não consigo. Eu sou a chuva que esta fria mas continua a cair. Eu sou a chuva que não para, não passa e não sabe o que é. Eu não sei ser, e não sabendo, sou. Custa aceitar, sem resignações, o fato de que eu nunca serei inteira fora de mim. Minha metade anda perdida pelo mundo e eu não consigo achá-la, nem sei se quero. Já não resisto às farpas soltas por metade do que sou, imagine a um ser inteiro, concreto. Tomei muito café e não me sinto lúcida, apesar de estar acordada. Eu ainda não despertei da mansidão que é a madrugada. Porque é na madrugada que eu me escondo. É nessa escuridão que me encaixo e pareço querer ficar ali para sempre. A claridade cega os olhos e eu não sou transparente. Muito pelo contrario, sou uma nuvem densa pronta para chover (abram seus guarda-chuvas).Não sou tempestade, mas brisa leve não posso ser.