"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Sob(re) a estação

A vontade dá e ultra-passa. Abandono os sentidos. O relógio toca esperando que eu tenha entendido que o tempo já passou, meu amor. Estamos sozinhos nessa estação, esperando um ónibus que nunca chega. Estou do outro lado da estação e você não me vê. Você, que só consegue enxergar o que é efémero. Mas começo a não cultivar esse envolvimento porque sei que você não está disposto a aceitar tudo o que eu tenho a oferecer. O que eu tenho é demais para apenas uma viagem sem volta, e suas passagens sempre estão marcadas. Não quero me perder na estação, meu bem. Então, prefiro não terminar a viagem. Pego um táxi na volta, pago mais caro por desistir dessa aventura mais cedo do que o imaginado. Entenda: com o tempo você iria esquecer de me regar. A longo prazo, love, você só me traz problemas. Saio de um abismo, para encarar outro. Por enquanto, fico à margem. Me aceito, te aceito.

Um comentário:

  1. Uma escolha que dói. Quantas vezes temos que deixar o trem ir embora, para permanecermos no cômodo lugar. Mas atrás dele virá outros trens, de rumos diferentes. Basta termos paciencia. =)

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