"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sobre o ninar

A gente dorme de olhos fechados
que é para poder sonhar por dentro, amor.
(Rita Apoena)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

É que não sei escrever outra coisa além de mim. De uma certa forma, o que acontece aqui dentro merece ser analisado por outros olhos (?) E outra, como posso escrever sobre as cores se até agora o que enxergo é preto-e-branco? Tudo bem, não desmerecendo o branco e o preto, eles também são cores. Mas são cores do mistério, lembra solidão, não é ? O que eu queria mesmo agora era lembrar alegria, nostalgia doce correndo pelas veias e artérias desse meu corpo ainda não desvendado, (des)coberto. Reconhecer exige cautela, paciência. E a gente pega o pincel e separa a poeira do que vale a pena... Usa, joga, rasga... e usa de novo. É que não posso escrever nada além daquilo que me mantém acesa, lúcida. Desvairada não. Louca, escrevo o que posso e o que não posso! Há um muro de contenções entre minhas mãos e as linhas escritas...

domingo, 22 de novembro de 2009

Agradeço a forma desatinada de ver que algumas coisas não se passavam de criações encardidas, tão encardidas que demoram a sair, e como demoram... (tá, tudo bem! não saíram.) Por tudo o que eu pude, talvez eu tenha tido medo de pedir mais um pouco.. eu queria mais um pouco, mas não sei pedir! Que fazer se só sei ter vontade? Vontade, só... sem ter o que, sem ter porquê. Sem ter. Senta um pouco e fica um pouco também! Falar sem ouvinte é cansativo. Eu não sou um poço de palavras. é difícil também arrancar palavras que tenha tamanha intensidade do real. Veja que, mesmo no mundo particular, há realidade. Crua. Dilacerante. mas real! é isso que conta, é isso que importa. ou não importa ? O que conta, afinal? Dividir é melhor que somar...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sob(re) o céu

"A nuvem parece fumaça Tem gente que acha que ela é algodão Algodão às vezes é doce Mas às vezes não é doce não!" (Sonho - O Teatro Mágico) Quando eu era criança, alguém me disse que o céu era feito de pedaços de algodão! Desse dia em diante passei a acreditar que cada um poderia fazer o seu céu, plantar sua muda de algodão e regar, aquilo seria seu pedaço de nuvem. Não é que de nuvem em nuvem a gente faz nosso céu? Você pode construir uma nuvem escura e amarga ou optar por um algodão doce! Mas é bom lembrar que uma hora ele desmancha na boca... pode derreter! (ou não).

sábado, 14 de novembro de 2009

(.)

Era simples, chegara a hora do ponto. Para um fim ou um recomeço. Eu entendi, só não quero aceitar. Não aceitar me impulsiona a não desistir, a não soltar o telefone, nem apagar as palavras. Apagar dói! Não existe borracha para pessoas, nem sentimentos. É como uma tatuagem, quando a gente cansa, se arrepende... tiramos as cores, só que a cicatriz sempre fica. Esta não tem como sair. É o preço que se deve pagar. Entende o que eu quero dizer? Que quando eu digo que estou com frio não é em função do tempo lá fora, mas sim do tempo aqui dentro. "Vem cá, eu te esquento" (ecoa cada vez mais)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

eu fiz dessa história meu encanto. mas uma hora o encanto acaba... o meu só durou um pouco mais que meia-noite. "(...) porque nesse minuto terás ido tão longe que eu cruzarei toda a terra perguntando se voltarás ou se me deixarás morrendo." (Soneto XLV - Pablo Neruda in Cem Sonetos de Amor.)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Para você...

Você tinha que caber em mim, entende? Eu precisava encontrar mais espaço pra você... E a solução foi abrir mão do que eu era, do que eu pensava ser. Desse dia em diante, eu fui você. Eu fui seu amor, sua raiva, seu sofrimento. Eu te quis tanto pra mim que acabei me perdendo... Transbordei! Eu não sabia que sendo você eu iria me expulsar tão bruscamente. E fui! Mas veja bem, aquilo não era eu... Era você enrustido! Eu juro que depois que percebi a besteira que eu tinha feito todo esse tempo, pensei em desistir. Disse pra mim mesma: se não superar expectativas dessa vez, vou embora, sem olhar pra trás. Despedir-se olhando pra trás é permissão para ficar... Então, você tirou mais uma carta da sua manga, e tirou sua manga também... E me tirou. Não me entenda mal, eu faria tudo novamente... Mas é que, às vezes, tenho a sensação de criar muita expectativa para poucos acontecimentos.Doses de expectativas devem ser tomadas aos poucos, assim como o álcool, ela embebeda... E no dia seguinte, vem a ressaca. Por muitas vezes eu tive ressaca de você. Eu não me deixava te dizer. porque eu só era eu mesma quando conseguia me desprender dessa sua capa, que por vezes me aquecia, e que também me deixava ao relento, sem chão, tremendo. Sempre coloquei a culpa da nossa situação em mim, essa é a grande verdade. Esqueci que nesse estágio eu era você, só você não sabia... Por todas as vezes eu te implorei: Deixa-me te ser. Eu criei você em mim, uma moldura para os dias frios e vazios. Precisei tomar alguns empurrões do tempo para entender que só se tem memórias daquilo que aconteceu. Tive saudade do que não tinha acontecido... Enquanto isso, a realidade tava ali. Não se faz um par dançando sozinho. Sou teimosa... nasci pra dançar sozinha.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Que mesmo me sendo, caiba-me você! E que me caiba também. e de nó em nó formem-se nós! Que não falte... E sentir-se junto, ser-se perto! Ambivalência é isso. A toda forma de paciência, a eterna espera. Até quando vale?