"(...)Meias verdades
E muita insensatez."

(Flora Figueiredo)

terça-feira, 17 de maio de 2011

"Ser, às vezes, sangra."

"Meu estado é o de jardim com água correndo." (Clarice L.) Estou tendo que sucumbir ao prazer para ter o desprazer de não querer mais a tudo isso. O veneno como antídoto. A farpa como cura para a ferida. Jogo-me da sacada do prédio e me corto por inteira, só assim poderei crescer de novo. Preciso da queda para saber que nem sempre estou no chão. Dói, fere.. às vezes, mata. Mas a gente renasce. E se deixa florir por inteiro, com alguns espinhos, mas sem folhas secas. O outono está passando, meu amor. Quero florir mesmo com o inverno batendo na porta. Porque agora, sem cobertor, a única forma de me aquecer é me abraçar. Estou me deixando doer, para que mais tarde eu possa alcançar essa paz tão desejada e tão mistificada. Onde os sons das palavras formam o silencio. O silencio que me habita e que ainda não descobri. Sinto que estou perto.

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